Toda vez que surgiam dificuldades ou
perguntas dos professores durante um curso de acordo com os conteúdos
abordados tive que parar para analisar com eles o porquê daquelas dúvidas
e juntos procurar uma solução para cada caso. Certa vez numa dessas
dificuldades e perguntas o assunto era: “Zona proximal do
Desenvolvimento”.
Como o próprio Vygotsky disse "a
zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma criança só
consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela certamente
conseguirá fazer sozinha. Mas e se a criança não conseguiu fazer sozinha como o professor deve agir em sala de aula?
A questão colocada pelos professores
era como fazer meus alunos lerem depois de passarem por um ou vários processos
de alfabetização? Ou o que fazer para que esses alunos leiam sem perder o
interesse?
Daí o desafio... É mediar, é intervir para promover mudanças. O professor tem o papel explícito de
interferir no processo e provocar avanços nos alunos e isso se torna possível
com sua interferência na zona proximal.
Dias atrás fui surpreendida por uma
professora pedindo-me que lhe enviasse minhas sugestões para trabalhar com uma
dessas dificuldades do dia a dia de muitos professores.
Sempre disse e repito que a questão é que cada professor tem seu método e escolhe o processo que quiser para alfabetizar desde que ele domine e saiba as técnicas ou como diz Vasco Moretto... "saiba mobilizar os recursos cognitivos para alcançar seus objetivos e desenvolver competências".
Já recebi criticas por falar em
técnicas certa vez ao ser entendido como tecnicista. Não é desse “Tecnicismo” que eu falo mas de técnicas
de como trabalhar um livro, atividades de leituras, produção de textos,
operações fundamentais, em fim um processo de alfabetização. Sempre disse e repito que a questão é que cada professor tem seu método e escolhe o processo que quiser para alfabetizar desde que ele domine e saiba as técnicas ou como diz Vasco Moretto... "saiba mobilizar os recursos cognitivos para alcançar seus objetivos e desenvolver competências".
Em minha opinião a formação de
professores hoje deixa a desejar e por isso necessitam fazerem cursos
de formação continuada para que juntos troquem experiências, quebrem
paradigmas e avancem nas práticas das teorias.
Posso não agradar a todos, mas seguem
minhas sugestões enviadas para a professora que decidiu trabalhar de outra
maneira e necessitava das técnicas de um processo silábico para avançar seus
alunos.
SUGESTÕES DE MARIA DE LOURDES
Passos Básicos para trabalhar o processo silábico
INTRODUÇÃO
Quase todos os processos silábicos
inicializam-se com a introdução das vogais e os encontros vocálicos, sempre por
meio de histórias de onde são retiradas as vogais como a letra iniciativa das
palavras lúdicas usadas na história, por ex: Aa (da abelha) - Ee (do elefante)
-Ii de (Igreja) que devem ser seguindo passos que são os mesmos da
palavração a seguir:
1ºPasso:- PREPARAÇÂO:
Motivar os alunos contando a
história ou aplicando técnicas bem dinâmicas (música, dança,
brincadeira, mímica imitando os personagens etc.) Conversar em roda sobre os
personagens e a técnica executada;
2ºPasso- APRESENTAÇÂO DE PALAVRAS:
Apresentar as palavras significativas
do livro em fichas ilustradas com gravuras:
(banana-camelo-dado-faca-janela-lata e etc. seguindo o livro ou cartilha
escolhida)
Fazer leitura das fichas mostradas
pela professora e depois pegando nelas (cada aluno pega na ficha e lê a palavra
repassando-a para o colega ou entregando á professora para que repasse a outro
aluno (uma palavra por dia);
Explorar o conhecimento dos alunos
sobre as palavras apresentadas;
Formar frases oralmente com as
palavras; Contar o número de vezes que abrimos a boca para falar cada palavra
apresentada (uma por vez, ou seja, uma por dia);
Escrever no quadro ou numa ficha
grande a palavra para que os alunos observem os movimentos, acompanhem com os
olhos ou fazerem os movimentos no ar .Repassar também a palavra escrita na
ficha para que os alunos leiam e depois passem o dedo fazendo os movimentos;
3º Passo- APRESENTAÇÃO DE SÍLABAS:
Mostrar a palavra básica fazendo com
os alunos a leitura compassadamente, na medida em que abre e feche a boca, a
professora vai dobrando a ficha em sílabas sem dizer nada... (depois dos alunos
já terem dominado a leitura e escrita de cada palavra e isso depende da turma e
de cada aluno);
Fazer a leitura e a contagem dos
pedaços da ficha com os alunos perguntando quantos pedaços são;
Destacar a sílaba inicial de cada
palavra pedindo para que identifiquem palavras que iniciam como ela (ex: ma é
de macaco, mas é ma de maletas, de mamadeira, de mala etc...) se achar
necessário vai escrevendo no quadro essas palavras destacando a sílaba
geradora, depois podem fazer pequenas cartelas e colocar no mural da sala ao
redor da sílaba básica trabalhada;
Cortar a ficha com os alunos lendo
cada pedaço: decompor, compor e recompor a palavra várias vezes na porta
fichas;
Fazer análise fonética da sílaba
apresentada (exagerar bem na pronúncia levando o aluno a repetir seguindo a
posição da boca e língua);
Realizar atividades escritas de
identificação e fixação dessas sílabas básicas;
4º Passo-COMUTAÇÃO DAS VOGAIS ou
FAMÍLIA SILÁBICA:
Depois de bem trabalhada a sílaba básica
(identificação visual e escrita), mostrar a ficha para os alunos pedindo que
observem e contem quantas letras ela tem. Dobrar a ficha silábica destacando
cada letra, ou seja, a consoante da vogal que supostamente as vogais já foram
bem trabalhadas no processo.
Recortar a ficha silábica e colocar
no porta fichas: decompor, compor e recompor sempre lendo.
Retirar a vogal e lentamente
substituí-la por outras vogais perguntando sempre “e... se eu retirar essa
letra e colocar essa outra como fica?”.
Os alunos vão lendo a substituição
feita e tirando suas conclusões... ex: (era BA. tirei o A e coloquei O ficou BO...
tirei o O e coloquei E ficou BE).
Nota- Nunca se esquecer de fazer a
fonologia das letras E e O que se faz É ou Ê e às vezes I e no caso do O
que faz Ó ou Ô e às vezes U quando falamos ou lemos.
Depois de explorar e registrar a
troca de vogais fazer a organização delas que chamamos de família silábica, ex:
BA-BE-BI-BO-BU e BÃO por causa de encontro vocálico trabalhado anteriormente;
Realizar atividades orais e escritas
de reconhecimento, identificação e fixação dessas famílias silábicas;
5º Passo-FORMAÇÃO DE PALAVRAS NOVAS:
Colocar a família silábica trabalhada
e as vogais no porta fichas e convidar os alunos para formarem palavras novas
com as fichas conhecidas;
Nesta etapa os alunos já devem estar
com seus portas fichas individuais e um aluno junto com a professora vai
formando palavras novas fazendo a combinação das sílabas. A professora pode
iniciar o trabalho convidando os alunos a formarem palavras que ela mostra um
desenho ou objeto ou apenas espera que eles tomem a iniciativa de fazerem. Por
ex: mostra o desenho de um baú, boi, bebê, e pergunta se alguém sabe como
formar o nome do desenho montando as fichas no porta fichas.
Pedir que os alunos formem em suas
mesas e depois escreva na folha de papel ou caderno cada palavra formada (com
letra que foi usada desde o inicio do processo). Na maioria das cartilhas usam-se
as duas letras. As fichas com letras de forma e a escrita sempre com letras
cursivas, sem muita ênfase na diferenciação porque o aluno é capaz de diferenciar;
Realizar atividades de identificação
e fixação dessas palavras novas sempre acompanhadas das palavras geradoras,
formando pequenas frases e ou textos.
Assim sucessivamente vai trabalhando
as outras palavras básicas geradoras, sílabas básicas das palavras, famílias
das sílabas e formação de palavras novas, aumentando sempre ás palavras novas e
o número de sílabas a serem usadas (geralmente as primeiras palavras formadas
seguem a ordem: monossíbas, dissílabas, trissílabas e polissílabas).
RESUMINDO: texto, frase, palavra, sílaba e
voltam sílabas, palavras, frases, textos.Boa sorte!
Maria de Lourdes Rezende
Obrigada Javier pela colaboração mais uma vez e por fazer parte dessa minha história.
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